Muito haveria a dizer sobre as crianças. Mas vou falar da experiência que tenho tido. Desde que comecei o 2º ano que tenho ido observar aulas de Educação Física de miúdos do 1º ao 4º ano numa aldeia aqui perto, e isto nada tem a ver com o meu curso.
São aulas dadas por um amigo meu, que como sabe que estou no curso de Educação Básica, me tem dito para os ir ver.
No primeiro dia foi estranho, eu era uma pessoa estranha para eles. Uns falaram logo comigo, outros olharam-me de lado, as meninas comentavam baixinho se eu seria a namorada do professor, e outras pérolas que tais.
Tenho continuado a ir, e tem sido óptimo. É apenas uma hora por dia, duas vezes por semana, mas sabe tão bem.
Na Segunda-feira decidi fazer a aula com eles. Cansaram-me tanto!! Jogámos à apanhada e todos me queriam apanhar a mim, e consequentemente salvar-me.
Todos me chamam professora (apesar de não o ser ainda), e adoro a sensação. “Oh professora pode ajudar-me?”. “Professora pode ficar na minha equipa?”, “Professora, posso ir à casa de banho?”.
O curso aqui em Beja é demasiado teórico, e apenas temos contacto mais directo com as crianças já no último ano de licenciatura, e poder ir a esta escola e falar com estes miúdos, perceber como se comportam, o que gostam, como reagem a determinadas coisas tem sido uma experiência boa.
Já me fizeram perguntas que não sabia como responder e tive de me desenrascar, porque as crianças não podem ficar sem resposta.
O melhor de tudo, é os abracinhos que as meninas me dão, os beijinhos que mandam pelo professor quando eu não vou lá, os cochichos que me confidenciam sobre os namorados, quando me mostram os nenucos a dormir. Até já houve uma que mandou gomas para a “Professora” que tinha guardado do aniversário dela.
E a alegria que eles mostram quando me vêm entrar na porta? Na Segunda deram gritinhos de contentamento porque a professora também ia.
Obrigada Rafa por me proporcionares estes momentos!! Tens de dar boa nota a todos! 🙂
Ana Garcês
Opá, que relato amoroso!